terça-feira, 5 de maio de 2020

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Veni Vidi Vici

Nao vou fazer um grande resumo da India.

Esse ultimo post eh mais pra me desculpar por ter abandonado o blog. A minha desculpa eh que quando se esta no meio de um mochilao no sul da India a internet eh escassa. Pra compensar, vou fazer entao um mini bullet point com sugestoes/impressoes a serem passadas para frente:
- A viagem Kerala-Goa-Mumbai eh bem recomendavel
- Massagem ayurvedica eh em Kerala
- Rajastao eh quente
- Goa eh uma mistura estranha de India com outros paises (mas topless na praia foi demais)
- Quem nao visita o templo de Brahma em Pushkar nao eh um ser completo
- Eh necessario um tempo consideravel para visitar o norte da India
- Ler livros sobre a India escritos por indianos deixa o viajante mais consciente (recomendo: Deus das Pequenas Coisas e White Tiger, soh pra comecar)

Para mais impressoes/historias/fotos, favor procurar-me ao vivo!

Dhanyavad (obrigada) para a India e para os indianos!

Sao 1:23 am em Jaipur, e me despendindo da India me despeco do blog. Ateh a proxima viagem!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Minipost do dia

O blog esta um pouco abandonado porque estou na estrada, mas deixo voces com o contraste do dia:
na praia da Arambol, Goa, tem mulheres indianas completamente vestidas, de sapato e tudo, e estrangeiras fazendo topless.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

2 historias do deserto

Primeira historia

Poucas pessoas recomendaram ir para o deserto nessa epoca do ano. Compreensível. Se em Jaipur esta fazendo 43 graus, no deserto a temperatura não pode ser menos que 50, diziam. Ate que Nitin, nosso bom amigo indiano disse que sim, eh possivel visitar o deserto em abril - a tática eh ficar “escondido” nas piores horas do sol, e fazer os passeios a camelo no fim da tarde. De fato, funcionou. Subimos cada uma (eu, Emily e Kateryna the Ukranian muslim*) em seu camelo as 17h, quando o sol já estava beem mais ameno, e uma certa brisa subia pelas dunas de areia. Um óculos de sol e um lencinho na cabeça com certeza davam conta do recado, e depois de um curto período de adaptação, andar de camelo não foi nada mal. Eu e meu camelo Papaya nos demos muito bem, e o passeio de mais de 2 horas correu suavemente.

Esqueci de contar onde eu estava. A cidade eh Jaisalmer - o nome eh por causa do soberano rajput Jaisal, que construiu um forte enorme em 1156, onde hoje habitam 25% da população. Jaisalmer fica do outro lado do estado do Rajastao, perto da fronteira com o Paquistão. Isso significa 12 horas de trem, e se não for um trem decente, a viagem pode ser sofrida. Saimos na 6a a feira a noite, chegamos la sabado na hora do almoco. Na volta, partimos as 4 e meia da tarde de domingo, e chegamos em Jaipur 5 e meia da manha de 2a feira.

Voltando para o passeio: quando estava perto do por do sol, paramos, descemos dos camelos, e andamos um pouco pelas dunas. De la, vimos o sol saindo e muitas fotos foram tiradas. Depois, voltamos para os camelos e andamos ate umas cabanas, onde deveriamos dormir. No meio dessas cabanas, o pessoal do safari (esse passeio de camelo eh chamado de camel safari) arrumou umas mesinhas, nos serviram comida e trouxeram 3 musicos, que por uma meia hora ou mais tocaram musica folclórica do estado. No fim, apesar de já um tanto cansadas, resolvemos levar os colchoes para as dunas e dormimos por la mesmo. Excelente! Céu aberto, muitas estrelas, zero mosquitos (como eh deserto, eles não conseguem sobreviver), e ate um friozinho muito bem-vindo. No dia seguinte, acordamos, tomamos café, um banho (as cabanas tem banheiros melhores que o da minha casa! Da minha casa na India, digo) e voltamos para a cidade. Almoçamos e visitamos o forte, cheio de pequenas ruas, restaurantes e lojinhas, e com uma vista incrível da cidade toda cor de areia. Fomos para a estação e, muito satisfeitas, pegamos o trem de volta para Jaipur.

* Ver album de fotos no facebook


Segunda historia

Nem todos tiveram a mesma sorte. Logo na viagem da ida, uma das integrantes da viagem, a alemã Uli, comecou a se sentir mal. Quando iniciamos a jornada para o deserto, Uli já estava com febre, e foi levada para o hospital. O hospital era privado e, por fora, muito bonito. Por fora.

O nosso guia turístico Khem tentou ajudar Uli no hospital e comprou os remédios recomendados pelos médicos. Khem, no entanto, não sabia muito bem para o que servia cada um dos remédios. Enquanto nos 3 andavamos de camelo e tiravamos fotos, Uli passava por diversos exames e tomava remédios que desconhecia.

(Exame de sangue: geralmente, no Brasil, uma tira de borracha eh amarrada na parte de cima do braco do paciente e as veias ficam mais visíveis para que o sangue seja colhido. Aqui, o método eh outro: a enfermeira chama um cara grande, e ele aperta o seu braco com forca.)

Assim como na rua, no hospital estrangeiros recebem muita atenção. Essa atenção não vinha dos médicos e enfermeiras, mas sim dos outros pacientes e funcionários de limpeza, que de vez em quando paravam em frente a porta do quarto da pobre Uli e apenas observavam.

Uli passou a noite no hospital, e no dia seguinte fomos busca-la para podermos almoçar e visitar o forte. A enfermeira disse que o medicamento intravenoso iria demorar mais meia hora. 1 hora e meia depois, o quadro era: 4 meninas estrangeiras já bem a vontade no quarto de hospital e enxotando curiosos que paravam na porta.

No fim, nem o forte Uli visitou; estava bem quente e ela achou que era melhor poupar-se.

Ela passou 24 horas no trem e quase 24 no hospital.

Antes de eu vir pra India, uma brasileira que esteve aqui havia me dito que o deserto não era para todos. Esse foi o único pensamento que me veio a mente na viagem de volta, vendo Uli reclamar que não soh não tinha participado do safari como ainda por cima tinha gasto bastante com transporte e hospital.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Com emocao ou sem emocao?

Chegando em Agra, corremos para o Taj Mahal. Do lado de fora, ficam homens, mostrando suas carteirinhas de guias turisticos, oferecendo seus servicos. Eles comecam pedindo 200 rupias por pessoas e vao baixando o preco, sempre com a carteirinha a mostra pra deixar bem claro que eles sao guias registrados. Alguns desses homens gritavam seus precos para nos estrangeiros, e no meio dos gritos eles tambem diziam que especialmente naquele dia o Taj era de graca. Nem me comovi, porque eles gritam todo o tipo de coisa pra chamar a nossa atencao. Desta vez, no entanto, eles falavam a verdade; era o Heritage Day, e varios monumentos do mundo tem, nesse unico dia do ano, entrada gratuita. Consequentemente, o local estava bem lotado e ateh havia uma certa fila pra entrar.

A multidao, na verdade, nao foi um problema; as mulheres vestidas com saris bem coloridos e as criancas nos trajes tipicos brilhantes soh deixaram a paisagem do taj mais interessante.

Sobre a experiencia de ver e entrar no Taj, soh posso dizer que, de longe, o individuo tem a sensacao de estar olhando para uma foto no guia turistico ou cartao postal. Eu comecei a observer o palacio pensando na simetria, nas caracteristicas arquitetonicas, no processo historico, e terminei com o sentimento de que o taj eh algo familiar, intimo. Enfim, foi uma transicao do racional para o emocional, meio dificil de explicar.

Apos nos despedirmos do Taj, encaramos um calor de 40 e tantos graus e chegamos ateh Agra Fort. O forte tinha sido construido algumas geracoes anteriores a Shah Jahan (para os que esqueceram, o cara que construiu o Taj Mahal), mas foi a historia dele com o forte que ficou mais marcada. Visitamos o quarto dentro do forte onde Shah Jahan foi aprisionado por seu filho (entre os motivos da prisao, a construcao de monumentos grandiosos gastando todo o dinheiro da familia). Nesse quarto, Shah Jahan soh conseguia ver a sua criacao (o Taj) por meio de um reflexo no diamante (historia contada pelo guia – sim, desta vez contratamos um guia – e ainda nao verifiquei quais das muitas historias sao verdadeiras).

O forte tambem impressionou pelos sistemas de refrigeracao (cooling) pre-eletricidade, pelas misturas de pedra vermelha com marmore branco e pela vista incrivel da cidade.

Saldo: excelente viagem. Eh claro que, pra compensar, a viagem de volta foi bem conturbada: aproximadamente 9 horas de trem, numa viagem que deveria levar apenas 4. Mas tudo bem; isso foi soh pra dar um pouquinho de emocao.


Fotos do Taj e do forte! http://www.facebook.com/album.php?aid=2027460&id=1657453131&l=fa4621e6dd

Eu vou pra Agra eu vou

Alguns dos leitores desse blog ja sabem que fui para Agra nesse fim de semana, visitar o Taj Mahal, mas poucos sabem o sufoco que foi chegar ateh la (e sair).

Antes de ir, fomos avisadas de um protesto de uma casta inferior lutando por seus direitos. Ateh aih sem problemas. A preocupacao bateu quando disseram que esse mesmo protesto ocorreu ha 2 ou 3 anos atras, e foi bem violento. A partir dai, a viagem para Agra, inicialmente com 8 participantes, encolheu - viramos 5. Mas nao pensem que foi um impulso irresponsavel meu ter ido; pesquisamos bastante, e vimos que atualmente esse protesto esta relativamente pacifico.

Saimos de casa sabado a noite, para pegar o onibus das 22h30 para Agra. Opa!, onibus cancelado (protestantes ocupando a estrada). Da estacao de onibus para a estacao de trem, conhecemos o primeiro motorista de rickshaw simpatico e educado em Jaipur: Krishnan. Krishnan portava consigo um livrinho com depoimentos de estrangeiros em diversas linguas, e todos os depoimentos (que conseguimos ler) atestavam o bom carater de Krishnan. Nos despedimos do novo amigo, entramos na estacao de trem. Centenas de pessoas dormindo na calcada, e dentro da estacao. Apos encarar a fila, surpresa boa: conseguimos passagens para Agra, saindo dali a 3 horas. Ligamos para Krishnan e pedimos uma indicacao de um restaurante/cafe perto da estacao.

Voltando para a estacao, quase na hora do trem, pedimos ajuda a um guarda para entender qual era o nosso vagao. A resposta: "this ticket is ordinary class" (leia-se "muvuca"). Em meio a confusao, no entanto, descobrimos um oasis: um vagao da classe economica soh para mulheres e criancas. Ufa, bem melhor.

Chegando em Agra...isso vai ficar para o proximo post, porque eu acredito que os posts nao devem ser tao grandes assim; desestimula a leitura.
Obrigada para quem acompanhou ateh agora!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aari Taari

Achei umas fotos interessantes de um trabalho de campo que fiz com a ONG. Acompanhamos a producao de aari taaris (parte do sari que as mulheres usam) na Vila Juhng. A ONG oferece treinamentos, e depois auxilia do processo producao->mercado.